A atividade corporal faz parte do cotidiano do ser humano desde sua existência. Por meio do
seu corpo que ele se relaciona com o mundo e com outras pessoas, garantindo a
sobrevivência. O ser humano não existe sem movimento (Pereira, 1998).
Com o avanço tecnológico, o homem passou a desempenhar tarefas anteriormente realizada
com a força muscular através de máquinas e computadores. Desta maneira, a habilidade de
gerar força deixou de ser um fator tão importante para a sobrevivência, entretanto, a
comunidade científica reconhece a necessidade da manutenção e do aprimoramento da força e
massa muscular com intuito de preservar a funcionalidade motora e melhorar a saúde das
pessoas (Simão, 2003: Bucci, 2005 : Ratamess, 2011).
Segundo Ferreira (2001), para se obter resultados benéficos a saúde, a prática de atividade
física deve ser regular e bem orientada.
Assim, é possível ocorrer ampliação da vascularização, fortalecimento dos músculos, ossos e
articulações, melhora da flexibilidade, entre outros benefícios à saúde.
O treinamento de força é componente importante da aptidão física envolvido diretamente à
saúde, aparência física, força e o bem-estar.
Ganhou destaque internacional a partir de 1990, quando o American College Of Sports
Medicine, destacou os benefícios do treinamento e sua aplicação quanto a frequência semanal,
números de séries, números de repetições e números de exercícios (Simão, 2003).
A força é uma capacidade física que pode se manifestar na forma de força absoluta, força
máxima, força hipertrófica, resistência ou força explosiva (potência) (Prestes,2010).
De acordo com Maior e Alves (2003) durante o treinamento de força, logo nas fases iniciais de
periodização, ocorre adaptações neurais para que, posteriormente adaptações miofibrilares
também aconteçam em decorrência aos estímulos causados pelo exercício favorecendo dessa
forma, a síntese de proteínas. Já nas fases intermediárias e avançadas do treinamento de
força passam a ser prioridade as adaptações musculares, ou seja, fatores hipertróficos,
reduzindo a ação neural em relação ao início do treinamento.
Existe basicamente dois tipos de hipertrofia: aguda e crônica. A aguda também chamada de
sarcoplasmáticas ou transitória, pode ser considerada como um aumento do volume muscular
durante o treinamento devido ao acúmulo de líquido nos espaços intersticiais e intracelulares
do músculo.
Já a crônica pode ocorrer durante longo período de treinamento de força e está diretamente
relacionada com as modificações na área transversa muscular (Fleck e Kraemer, 1999).
É preciso ressaltar que a regulação hormonal no treinamento de força está relacionada a vários
mecanismos neuroendócrinos envolvidos com o crescimento e desenvolvimento do tecido
muscular.
Essas respostas hormonais devem ser levadas em consideração principalmente em relação ao
gênero, pois em mulheres o treinamento de força envolve questões de natureza ao ciclo de
vida feminina (Simão, 2003).
É, por tanto imprescindível que o profissional de educação física periodize o treinamento de
suas alunas de acordo com sua individualidade biológica, conscientizando que a nutrição está
diretamente relacionada ao melhor resultado (Williams, 2002).
Existem diferenças marcantes entre os sexos, nos aspectos fisiológicos, e que devem ser
levados em consideração na programação do treinamento da mulher. Quando comparados ao
sexo masculino, a mulher apresenta um esqueleto composto por ossos menores, mais leves e
frágeis. As articulações são mais frágeis e menos adaptadas à altas intensidades, e em
comparação com os homens, que possuem em média 14% de gordura corporal da mulher é
em torno de 22% a 25% (Cossenza, 1992).
Conhecer o ciclo menstrual e seu mecanismo fisiológico também é de grande importância para
entender as modificações biológicas que se iniciam a cada ciclo e repercutem de forma global
sobre o organismo da mulher (Loureiro, 2001).
Simão (2004) ressalta que, em geral, quando comparados aos homens, as mulheres
apresentam menores níveis de força total máxima, força isométrica de membros superiores e
inferiores, que ficam em torno de 63,5%, 55,8% e 71,9% respectivamente.
De acordo com Cossenza (1992) o ciclo menstrual provoca inúmeros efeitos emocionais nas
mulheres, ou seja durante o meio ciclo que a concentração de estrogênio está alta ocorre uma
diminuição da ansiedade e um alto nível de confiança, então os níveis máximos de
desempenho físico podem ser verificados nesse período, durante a fase pré – menstrual, por
sua vez, essa concentração de estrogênio e progesterona diminui, fazendo com que fiquem
mais ansiosas e depressivas e, consequentemente, diminuindo o desempenho. Fleck e
Kraemer (1999) ressaltam que a resposta do treinamento de força ao ciclo menstrual é
específica de cada indivíduo, podendo ocorrer modificações fisiológicas.
De modo geral, é evidenciado que o treinamento de força aumenta a força máxima nas
mulheres, e quando comparadas aos homens são capazes de suportar maior tempo quando
expostas a tensão, além de maior resistência a fadiga e tolerância ao esforço (Salvador, 2005)
: Souza, 2008 : Prestes, 2010).
Bean (1999) cita que através do treinamento a feminilidade aumenta, há uma melhora do tônus
e na definição dos músculos, produzindo uma aparência mais firme e modelada.
Conclui – se que o treinamento de força para mulheres, deve ser recomendado devido aos
benefícios verificados à sua prática. Vale ressaltar que a regulação do ciclo menstrual e
modificações hormonais e metabólicas devem ser consideradas na elaboração de exercícios
sistematizados para mulheres.
Destaca-se que a hipertrofia nas mulheres é de suma importância, uma vez que os benefícios
são perceptíveis para a melhora da saúde e qualidade de vida.
O treinamento de força em mulheres, em longo prazo promove efeitos benefícios nas
características fisiológicas quando voltado a hipertrofia, força muscular, flexibilidade e potência
em mulheres, e deve ser uma importante estratégia na prescrição dos exercícios físicos.
Autor: Prof. ALEXANDRE SANTANA Cref: 015912-G/BA @santanaxanddy
Revisão: Coord. MATEUS RICCIO Cref: 001411-G/BA @teuriccio