ATIVIDADE FISICA E DEPRESSÃO

Segundo as estimativas, utilizando a metodologia da carga global da doença, proposta pela organização mundial de saúde, para o ano de 2022, a doença isquêmica do coração e a depressão serão as duas maiores causas não só de mortalidade, mas de incapacidade sobre a população em geral.

A depressão é caracterizada por tristeza, baixa autoestima, pessimismo, pensamentos negativos recorrentes, desesperança e desespero. Seus sintomas são, fadiga, irritabilidade, retraimento e ideação suicida.

O humor depressivo pode aparecer como uma resposta a situações reais, por meio de uma reação vivencial depressiva, quando diante dos fatos desagradáveis, aborrecedores, frustrações e perdas. Trata-se, neste caso, de uma resposta a conflitos íntimos e determinados por fatores vivenciais.

A depressão está associada à uma alta incapacidade e perda social. Muitos estudos apontam à possibilidade de pessoas fisicamente ativas, em qualquer idade, apresentarem uma melhor saúde mental do que sedentários. Entre as hipóteses que tentam explicar a ação dos exercícios sobre a ansiedade e depressão, uma das mais aceita é a hipótese das endorfinas. A teoria da endorfina sugere que a atividade desencadeie uma secreção de endorfinas capaz de provocar um estado de euforia natural, por isso, aliviando os sintomas da depressão. Essa ideia, entretanto, não tem consenso entre os pesquisadores. Alguns deles, por exemplo, preferem acreditar que a atividade física regularia a neurotransmissão da noradrenalina e da serotonina, igualmente aliviando os sintomas da depressão. Outra hipótese seria a cognitiva. De natureza eminentemente psicológica, a hipótese cognitiva se fundamenta na melhoria da autoestima mediante a prática do exercício, sustentando que os exercícios intensos melhorariam a imagem de si mesmo.

O papel da atividade física é promover uma resposta mais rápida e efetivamente no processo de combate a inflamação e assim, potencialmente restaure algumas das áreas que estão afetadas pela depressão.

Kimberly Foutoura, de 23 anos, foi diagnosticada com transtorno de ansiedade generalizada, depressão e compulsão alimentar e incluiu a prática de exercícios físicos na sua rotina após identificar o agravamento dos sintomas diante da sobrecarga causada pelos estudos. Ela conta que o processo foi complexo e o tratamento aliou psicoterapia, acompanhamento psiquiátrico e uso de medicamentos, mas reconhece que a atividade física e a diminuição de hábitos sedentários foram essenciais. É difícil reconhecer e encarar isso em um primeiro momento, mas aos poucos, vejo que além de fortalecer meu corpo eu também fortaleço minha mente, comenta.

Segundo Felipe Schuch que investigou a relação da atividade física com a incidência de depressão também em crianças, adolescentes e idosos. De maneira geral, a prática traz benefícios para todas as faixas etárias, mas há características específicas para cada idade.

Na infância e na adolescência, o exercício físico se mostra um grande aliado, já que nem sempre o tratamento farmacológico é a primeira intervenção recomendada. Já no caso dos idosos, a prática pode ser ainda mais importante, pois além de contribuir para a redução dos sintomas depressivos, pode contribuir no fortalecimento do sistema neurológico e muscular, muitas vezes afetado pelo curso natural da idade, que provoca, por exemplo perda da capacidade motora e riscos de queda. Quando se estabelece uma relação entre o aluno e o exercício, não estamos só melhorando a saúde mental, mas também diminuindo o risco de ele vir a desenvolver algum problema de saúde física e, com isso, aumentar a sua expectativa e qualidade de vida.

O principal objetivo ao montar o planejamento de exercícios de alguém que encara a depressão não é a definição ou perda de peso. O crucial é fazer o indivíduo ter novas metas e sentir-se bem. Por isso, o professor precisa conhecer as condições e as limitações do aluno e estimulá-lo na medida, sem forçar a barra.

O professor não deve criar expectativa de que vai dar tudo certo. E não pode cobrar que o aluno esteja sempre motivado. Exercitar-se com amigos ou familiares é outra boa opção, o professor de educação física também tem que trabalhar junto ao psicólogo ou psiquiatra para saber como lidar com situações adversas.

Autor: Prof. ALEXANDRE SANTANA CREF: 015912-G/BA @santanaxanddy
Revisão: Coord. MATEUS RICCIO CREF: 001411-G/BA @teuriccio

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