É indiscutível a importância da atividade física na vida de qualquer indivíduo, pois contribui
consideravelmente para o bem-estar físico e mental. Esse comportamento, que ocorre em
uma variedade de formas e de contextos (jogos motores, tarefas domésticas, exercícios físicos,
práticas esportivas) contribuindo de forma significativa para a manutenção e o aprimoramento
da aptidão física, sem prejuízo ao processo de crescimento do indivíduo.
Evidências científicas mostram que um estilo de vida sedentário, conduz a diminuição da
capacidade funcional, aumento da morbidade e mortalidade. Por conseguinte, o hábito da
atividade física durante a infância até a fase adulta, pode ter uma influência benéfica para
saúde a longo prazo.
A participação em atividades físicas de crianças com idade entre três e dez anos geralmente
são mais espontâneas (lúdicas), como corrida, salto, ciclismo e natação. Para adolescentes, em
geral, são mais organizadas e regulares, portanto, independente da atividade, entra em cena o
componente “força muscular”.
Força é um componente essencial do desempenho motor, visto que certo nível de força
muscular é necessário para uma tarefa. A força muscular é fundamental, também, como
capacidade motora para realização das tarefas diárias. É um elemento essencial para a os
conteúdos próprios da atividade física, seja no esporte de rendimento, ou nas atividades de
lazer.
Nas últimas décadas, o treinamento de força tem provado ser um método seguro e efetivo no
condicionamento de crianças e adolescentes, desde que as recomendações existentes sejam
seguidas apropriadamente. Diversos trabalhos têm surgido, nos últimos anos, a respeito da
segurança e da eficácia do treinamento de força para crianças e adolescentes e também
demonstrado a aceitação e a difusão desse tipo de treinamento por diferentes organizações.
O treinamento de força para crianças e adolescentes é um assunto muito polêmico. Muitas
crianças, atuam, em um nível de atividade física bem reduzido, por isso profissionais de
educação física recomendam a prática da musculação quando relacionada à problemas
posturais, falta de força e resistência muscular, ou até para jovens atletas que devem realizar
fortalecimento muscular, evitando lesões.
Daí vem a indagação feita muitas vezes pelos pais: Mas se meu filho começar a fazer
musculação, ele não vai parar de crescer?
Antigamente acreditava- se que não seria interessante jovens realizarem treinamento de
força, devido em seu estágio pré- púbere, haver poucos hormônios andrógenos circulantes e
que o treinamento com características de força poderia causar lesões nas epífises que seriam
responsáveis pelo retardo no desenvolvimento ósseo, interferindo no crescimento.
Em 1990 , um posicionamento pela federação Internacional de Medicina do esporte, discutia
sobre o treinamento físico excessivo em crianças e adolescentes. A recomendação deste
posicionamento é que jovens não deveriam participar de atividades como levantamento de
peso básico ou olímpico ( Powerlifiting / Weightlifting) pela justificativa de lesões e de não
produzir benefícios significativos para essa faixa etária. A abordagem conservadora em
relação ao treinamento de força para crianças e adolescentes, tem origem no senso comum,
uma vez que geralmente nenhuma evidência científica é dada para apoiá-la sendo a maioria
das preocupações relacionadas à possibilidade de lesões ou um menor potencial de
crescimento.
Diversos especialistas no assunto recomendam:
– Supervisão profissional e técnica apropriada na execução dos movimentos;
– Progressão de cargas de treinamento de forma adequada;
– Respeito a maturação dos indivíduos
Em sendo assim, diversos serão os benefícios do treinamento de força para crianças, como:
– Melhora das habilidades motoras básicas;
– Aumento da força, coordenação e flexibilidade;
– Melhoria da composição corporal (melhor relação entre massa muscular e massa de gordura,
e também aumento da saúde óssea. (1, 2, 3)
Autor: Prof. Alexandre Santana Cref: 015912-G/BA
Revisão: Coord. Mateus Riccio
Referências Bibliográfica
1- Faigenbaum AD, Kraemer WJ, Blimkie CJR, Jeffreys I, Micheli LJ, Nitka M, et al. Youth
Resistance Training: Updated Position Statement Paper From the National Strength and
Conditioning Association. J Strength Cond Res. 2009;23:S60–79.
2- Malina RM. Weight Training in Youth – Growth , Maturation , and Safety : An Evidence-
Based Review. 2006;16(6):478–87
3- Faigenbaum A, Myer G. Resistance training among young athletes: safety, efficacy and
injury prevention effects. Br J Sport Med J Sport Med. 2010;44(1):56–63